LONDRES, 25 de abr de 2018 às 14:52
Os pais de Alfie Evans perderam a apelação contra a decisão do Supremo Tribunal da Inglaterra que impede que seu filho seja levado para a Itália para receber tratamento médico.
Os advogados que representam a família argumentaram que deveriam permitir que Alfie fosse levado para Roma, afirmando que lhe tinham outorgado a cidadania italiana, que uma ambulância aérea militar estava pronta e que necessitava de “intervenção”, aponta ‘Liverpool Echo’.
Entretanto, a apelação foi negada pelo juiz McFarlane, o qual declarou que não havia nenhuma razão para considerar o julgamento anterior incorreto.
Durante a audiência desenvolvida nesta quarta-feira, 25 de abril, o advogado da família, Paul Diamond, questionou a decisão judicial de terça-feira que impediu os pais de levar Alfie para a Itália.
“Houve uma mudança significativa das circunstâncias porque o suporte vital foi desconectado, mas Alfie ainda está respirando”, disse.
O advogado acrescentou que havia uma “alternativa incrível de cuidado disponível para ele” e que uma ambulância aérea estava esperando “a pedido do Papa”.
Os pais de Alfie não participaram da audiência, mas estão sendo representados por duas equipes legais separadas. Thomas Evans, o pai do menino, seguiu os procedimentos por meio de uma ligação telefônica.
Na manhã de hoje, através de um vídeo publicado na conta do Facebook Alfie's Army (Exército de Alfie), Thomas Evans disse que o seu filho de 23 meses continua “lutando” pela sua vida no hospital Alder Hey de Liverpool.
“Alfie está fazendo tudo bem na medida do possível. Está lutando. Ainda não está sofrendo, não há sinais de dor. Ele luta pela sua vida, como faria uma criança normal, durante 36 horas. Algo totalmente inesperado para ele”, disse Thomas, segundo ‘The Irish Sun’.
“Acho que logo conseguirei levá-lo para casa. Nós ficaríamos felizes com isso. Mas teríamos mais sorte se pudéssemos levá-lo à Itália, onde pode receber tratamento”, acrescentou.
Na terça-feira, 24 de abril, o juiz Anthony Hayden, do Supremoa Tribunal, determinou que Alfie não poderia ir a Roma para receber tratamento adicional, mas pediu aos médicos britânicos que pensem em deixá-lo ir para casa.
“Isso representa o capítulo final do caso deste extraordinário pequeno menino”, disse Hayden, segundo informou a BBC de Londres em 24 de abril.
Alfie tem apenas 23 meses e permanece internado desde dezembro de 2016 em “estado semi-vegetativo” devido a uma condição neurológica degenerativa desconhecida.
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Os médicos lhe retiraram o suporte vital depois das 21h do dia 23 de abril. Entretanto, em vez de perder a vida, o pequeno começou a respirar por si mesmo. Em seguida, voltaram a administrar-lhe hidratação e oxigênio.
A Itália concedeu a nacionalidade ao menino no mesmo dia e, segundo informou a agência Efe, este país ainda tem um avião preparado com uma equipe médica que poderia viajar até a cidade de Liverpool para levá-lo a Roma e interná-lo no hospital Bambino Gesú, do Vaticano.
Entretanto, não está claro quantos dias mais Alfie poderia sobreviver. Até o momento, tem desafiado toda expectativa para a medicina.
O pai do menor acrescentou que o seu filho já estava recebendo água, leite e oxigênio; mas denunciou que a princípio os médicos se recusaram a alimentá-lo.
“É revoltante ver como eles estão tratando o meu filho. Nem um animal deveria ser tratado assim. Está demostrando que estão errados. É hora de dar-lhe graça e dignidade, e deixá-lo ir para casa ou para a Itália”, sublinhou.
Por outro lado, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, expressou através da sua conta no Twitter que Alfie Evans “deve ser salvo”.
“Alfie Evans deve ser salvo! O seu pequeno e corajoso corpo mostrou novamente que o milagre da vida pode ser mais forte do que a morte. Talvez tudo o que ele precisa é a boa vontade das pessoas responsáveis de tomar decisões. Alfie, rezamos por você e pela sua recuperação”, disse.
Em 23 de abril, o Papa Francisco escreveu em sua conta no Twitter: “Emocionado pelas orações e pela grande solidariedade em favor do pequeno Alfie Evans, renovo meu apelo para que seja ouvido o sofrimento de seus pais e seja satisfeito seu desejo de tentar novas possibilidades de tratamento”, expressou.
Há alguns dias, a diretora do hospital pediátrico Bambino Gesú, Mariella Enoc, disse que o Papa Francisco pediu a ela para “fazer o possível e o impossível” por Alfie.
Atualizado em 25 de abril de 2018, às 16h45.
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— ACI Digital (@acidigital) 24 de abril de 2018